sábado, 29 de março de 2014

A PROSTITUIÇÃO NA MANAUS BELLE ÉPOQUE


Quando a cidade de Manaus vivia o boom da borracha, com grana “saindo pelo ladrão”, aportaram por essa plaga muitas estrangeiras “polacas”, elas eram conhecidas como “mulheres das portas abertas” e, fizeram muito sucesso junto aos senhores alinhados, seringueiros visitantes e outros inclinados à vida boêmia de bares, bordéis e casas de jogos, entre os anos de 1890 e 1920.

A demanda mundial e o aumento do preço da borracha trouxeram para a Amazônia, principalmente, nas cidades de Manaus e Belém, um aporte significativo de recursos financeiros, proporcionando um aumento populacional e a transformação em moderno centro urbano – foi um atrativo para as mulheres desembarcarem para ganhar dinheiro fácil.

A nossa cidade era dotada de luz elétrica, bondes, telefone, prédios públicos impressionantes, suntuosas residências particulares, bulevares arborizados e serviços frequentes de navegação para a Europa e Estados Unidos – uma pequena parcela da população concentrava a maior parte dos bens e recursos da região – eles se davam ao luxo de viajar para o exterior e adquirir experiência na Europa, com o francês sendo a língua preferida e Paris a referência intelectual e de moda da elite.

Com o dinheiro farto com o lucro da borracha, a cidade ficou cheia de salões, cafés, mesas de bilhar e a prostituição bem disseminada – sendo as mulheres brancas e estrangeiras as preferidas pelos homens.

Existiam muitas “cocottes” (prostitutas) francesas e judias, além das “polacas” vindas da Europa Oriental, uma mistura da Áustria-Hungria, Galícia e Romênia –não existia naquela época a figura do “cafetão” (explorador de prostitutas), aliás, esse nome deriva da roupa talar (até os pés) usados pelos homens judeus no Marrocos.

A cocote tinham madeixas longas e loiras, era elegantes e bem vestidas, destacavam-se numa sociedade na qual a maioria das pessoas eram morenas e baixas.

Por volta de 1920 houve o declínio total da borracha, a fonte secou e o dinheiro sumiu - as prostitutas polacas e francesas foram embora para lugares mais ricos – era o fim de um tempo de fausto e das “mulheres de portas abertas”, brancas, cabelos loiros e olhos azuis. É isso ai.

Fonte: As mulheres de portas abertas da belle époque amazonense – Thomas T. Orum


Um comentário:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

uma ficou, morava na av getulio vargas, ao lado do grande hotel cujo nome não me lembro, o terreno do hotel era dela, a casa era ao lado direito de quem entra, a tacazaira era em baixo, ela fazia as refeições no hotel, ficou em Manaus...