terça-feira, 26 de março de 2013

AMAZONENSES (VI)



BIANOR GARCIA

Através do meu amigo Roberto Pacheco, jornalista e assessor do vereador Mário Frota (PSDB), tive um contato telefônico com a Katia Garcia, filha do saudoso Bianor Garcia, com o intuito de obter informações sobre ele, pois foi um grande amazonense que contribuiu para o progresso social, cultural e econômico da nossa cidade – exerceu a profissão de jornalista, vereador por uma legislatura e, idealizador do Festival Folclórico de Manaus – o nosso blog está fazendo uma série de homenagens aos nossos conterrâneos e, hoje, será totalmente dedicada a ele.

O Bianor foi meu vizinho no Conjunto dos Jornalistas, mas, não tínhamos nenhuma amizade, pois eu morava no Bloco H e, ele no F - nunca tivemos nenhum contato - sempre o via fazendo as suas caminhadas entre os blocos de apartamentos.

Trabalhou nos jornais “O Jornal” e “A Notícia”, o último fazia oposição ao governador José Lindoso (o último governador biônico) e, o Bianor chegou a ser Diretor de Redação, tinha uma coluna conhecida como “Redator Biônico”, uma alusão aos cargos biônicos investidos sem o sufrágio universal (voto) – era conhecido como o mestre em escrever manchetes escandalosas.

 O jornalista Carlos da Costa escreveu um artigo no blog Recanto das Letras, denominado “Batismo de Jornalistas Novos” http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/4098386  na qual comenta sobre o nosso homenageado:  “Um dia, uma jornalista nova foi treinar na redação e redigia um texto nas velhas e sambadas máquinas marca Olivetti. Estavam na redação, eu, o jornalista policial Luiz Octávio Monteiro, barbaramente assassinado pela própria polícia, o Editor Geral Gabriel Andrade e, ao fundo, como Editor Responsável pela primeira página, o jornalista Bianor Garcia, um homem de estatura baixa, relativamente obeso e que chegou a ser vereador na Câmara Municipal de Manaus, autor de fantásticas manchetes de primeira página na época. Todas as manchetes de primeira página tinham que passar por ele nessa época...”

Foi uma dos fundadores da Associação dos Cronistas e Locutores Esportivos do Amazonas (ACLEA), juntamente com nomes consagrados como Jayme Rebelo, Belmiro Vianez, João Bosco de Ramos de Lima e Djalma Dutra.

Em 1956, por sua iniciativa, o “O Jornal” e “Diário da Tarde”, criaram o Festival Folclórico de Manaus, tendo início oficialmente em 21 de Junho de 1957, no Campo do Quartel do 27 Batalhão de Caçadores do Exército, conhecido como Estádio General Osório.

Com o apoio da família Archer Pinto e, tendo como madrinha a Sra. Maria de Lourdes Archer Pinto, sob a coordenação do Bianor Garcia, teve início o festival folclórico, onde aproveitaram o evento para homenagear a visita a Manaus do Craveiro Lopes, Presidente de Portugal.

Este festival permanece até hoje na mente dos manauaras  pois reunia uma grande quantidade e variedade de danças folclóricas dos bairros de Manaus e, o nome do Bianor Garcia sempre é lembrado como o seu criador.

Nos primeiros anos apresentavam ao público as seguintes agremiações:Bois e Garrotes: Bumbás Corre Campo, Tira Prosa, Rica Prenda, Teimosinho, Diamante Negro, Campineiro, Brinquedinho, Pai do Campo, Malhado, Tira Teima, Garantido de Manaus, Mina de Ouro, Vencedor, Flor do Campo, Curinga, Luz de Guerra – Tribos: Andirás, Manau e Maués – Quadrilhas: Primo do Cangaceiro, Brotinhos de São Francisco, Caipira na Roça, São João na Roça, Brasília na Roça - Danças Regionais: Caninha Verde e Amazonense, Pássaro Currupião, o Cacetinho da Escola Técnica e a Ciranda do Ruy Araújo.

Aventurou-se na política e, foi eleito o segundo mais votado para vereador, com 4.706 votos, perdendo apenas para a Otalina Aleixo que alcançou 6.800 votos, ela exerceu a vereança no período de 1984 a 1988.

O seu nome permanecerá para sempre na memória do povo manauara e, em agradecimento pela sua contribuição em prol da cultura de Manaus, a Rua 3 do Núcleo 16, da Cidade Nova, passou a chamar-se Rua Bianor Garcia. 

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