quinta-feira, 24 de março de 2011

JÁ DEU E PODERÁ DÁ NOVAMENTE PRO NOSSO!

Com a recente visita ao Brasil, do Presidente norte-americano Barack Obama, juro que fiquei com um pé atrás, não engoli bem as “maravilhosas” declarações de amor que ele fez ao nosso país - o meu saudoso pai assim falava: - Quando você quer comer uma galinha do terreiro, estale os dedos e faça com a boca “tu, tu, tu, tu, tu”, jamais faça “xô, xô, xô, xô”. Sábio conselho.

Querem novamente se aproximar dos brasileiros e comer alguma coisa, pode ser o petróleo do pré-sal ou a Amazônia, com certeza, alguma coisa eles estão querendo tirar de nós, para tanto, estão adoçando a nossa boca, prometendo mundos e fundos.

Eu já conheço esta História! Senão, vejamos: o Presidente Roosevelt, veio ao Brasil, em 1942, para celebrar o “Acordo de Washington”; entramos direitinho, os brasileiros nordestinos, conhecidos como ”Soldados da Borracha” foram enganados pelos norte-americanos, na segunda grande guerra mundial, além de serem dizimados pela Malária, deram as suas vidas para produzir borracha para os norte-americanos, em troco de nada.

Segundo os historiadores, tudo começou quando os japoneses fecharam o acesso aos países produtores de borracha, situados no Sudeste Asiático, provocando a falta dessa matéria-prima. Transcrevo parte de um relatório deles: "De todos os materiais críticos e estratégicos, a borracha é aquele cuja falta representa a maior ameaça à segurança de nossa nação e ao êxito da causa aliada”.

O Presidente Getúlio Vargas, queria deixar o Brasil neutro nessa parada, além dos mais, ele governava o nosso país nos moldes do fascismo italiano, ele tendia mais para o “Eixo” do que para os “Aliados”. Na maior, entram em cena os norte-americanos, ameaçando tomar o arquipélago de Fernando de Noronha e invadir o nordeste brasileiro, não tivemos outra opção, o jeito foi o nosso Presidente aderir “sob livre e espontânea pressão” a vontade dos ianques.

Para adoçar a nossa boca, foram emprestados 100 milhões de dólares, para a modernização do nosso parque siderúrgico, porém, deveríamos fornecer todos os minérios estratégicos que os gringos necessitavam para a guerra; foram também emprestados 200 milhões de dólares para o Brasil comprar armamento bélico (deles - é claro!).

Para produzir as 400 mil toneladas anuais de borracha, destinadas aos Estados Unidos, os gringos criaram um fundo chamado “Rubber Development Corporation”, mantenedor do “Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia – SEMTA” - foram mandados para a Amazônia, em torno de sessenta mil nordestinos, principalmente do Ceará, os pobres coitados estavam passando por uma longa estiagem, com a seca provocando uma miséria generalizada, não tiveram outra opção, além do mais, cairam no papo furado dos recrutadores, eles prometiam tudo do bom e do melhor, assim como os gringos estão prometendo hoje.

Para ser ter uma ideia, os soldados brasileiros que foram para a guerra, em torno de vinte cinco mil homens, sofreram apenas quinhentas baixas, no entanto, os soldados da borracha da Amazônia, sofreram uma baixa de trinta mil brasileiros! Foram enganados, não tinham uma alimentação adequada, transporte precário, faltavam médicos e medicamentos, o mosquito da Malária não deu trégua, deixando milhares e milhares de baixas.

Com o término da guerra, os americanos cancelaram todos os acordos referente à produção de borracha na Amazônia, acabou a grana, não mandavam mais nada para cá, não interessava mais para eles a borracha e, muito menos o Brasil. Os coitados dos soldados da borracha ficaram esquecidos, embrenhados nas matas; aqueles que conseguiram sobreviver não tiveram a devida assistência do governo brasileiro, nem mesmo a passagem de volta para o Ceará foi concedida. Foram obrigados a ficar para sempre, na Amazônia!

Passados quarentas anos, com a Constituição de 1988, esses soldados foram reconhecidos e tiveram direito a uma pequena “pensão vitalícia’”, nesta altura do campeonato, os sobreviventes já estavam na casa dos setenta anos, com o pé próximo à cova. Que maldade!

E esses acordos assinados, na atualidade, com os norte-americanos? O que estão preparando, novamente? Nós, os pobres mortais, estamos mais por fora do bunda de indio! Quem sabe o maluco do Assange, do WikiLeaks tenha alguma coisa para mostrar na Internet!

Brincadeiras a parte, somente o futuro é quem dirá se fomos novamente enganados ou não! Torço para que a história não volte a se repetir! Pois, como o caboclo simples, no seu puro Amazonês, gosta de falar: - Já deu e poderá dá novamente pro nosso! É isso.

2 comentários:

Leila Pinheiro Araújo disse...

Se analisarmos um pouco a história veremos que os EUA não dá ponto sem nó.

Fernando José R. Lobato disse...

a dica do seu saudoso pai sobre como pegar a galinha sintetiza todo o artigo......quanto aos soldados da borracha, não devemos esquecer que tanto o governo Vargas quanto a oligarquia amazonense foi cúmplice descarada dos ianques....O céu que se vendia na Amazônia da época, não é tão diferente do céu que o governo Dilma vende nos dias de hj....Matéria da Record de hj fala do crescimento do trabalho em SP por conta do boom na construção civil....