terça-feira, 27 de julho de 2010

AVENIDA JOAQUIM NABUCO

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É considerada como uma das mais extensas de Manaus, com início na margem esquerda do Rio Negro, na “Manaus Moderna” e termina na Avenida Airão, cortando todo o centro antigo.


O nome da avenida foi em homenagem ao pernambucano Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, político, diplomata, historiador, jurista, jornalista e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

Foi considerada uma das mais belas de Manaus - na época áurea de borracha - os barões construíram casas de alto padrão, como exemplos, temos o Palacete dos Nery, um dos mais bonitos da cidade, encontra-se abandonado pelos proprietários e pelo poder público e, o prédio da Beneficente Portuguesa, felizmente, todo restaurado, pintado, uma beleza!

A Joaquim Nabuco juntamente com a Getúlio Vargas, Sete de Setembro, Eduardo Ribeiro, Ramos Ferreira, Leonardo Malcher, Boulevard Álvaro Maia, Saldanha Marinho, Epaminondas e João Coelho (parte da atual Constantino Nery), constituem as principais ruas e avenidas do centro antigo de Manaus, fazem parte da infância e adolescência dos manauaras das décadas de 40, 50 e 60, pois a nossa cidade era muito pequena e tudo girava em torno desses locais. Todo mundo conhecia todo mundo! Que tempo bom!

Por lá existia a Padaria Frankfort, demoliram e virou estacionamento dos donos do CO; a Fábrica de Guaraná Andrade, o prédio abriga várias lojas do ramo de refrigeração; a Casa Renascença, o dono era o Sr. Armindo, virou um restaurante popular; Bar Janela, na esquina com a Rua Huascar de Figueiredo, foi ao chão, virou estacionamento da Uninorte.

Abro o espaço para fazer uma denúncia e mostrar a minha indignação: um dos maiores destruidores das casas centenárias da Avenida Joaquim Nabuco chama-se Uninorte, na pessoa do seu fundador, o professor Waldery Areosa, mesmo assim, ainda foi homenageada pela Câmara Municipal de Manaus, com a medalha de Ouro Rodolpho Valle, pelos relevantes serviços prestados na área educacional – para se ter uma ideia, o homem destruiu vários quarteirões, desde a Rua Huascar de Figueiredo até a Avenida Ramos Ferreira, para construir as suas faculdades.

Apesar de tudo de ruim que fizeram com a nossa Avenida Joaquim Nabuco, não dá para esquecer o Russo, um famoso fabricante de Papagaios de Papel; dos meus colegas e professores do Colégio Barão do Rio Branco; da Escola de Música da UFAM, hoje DCE, onde levava os instrumentos de cordas consertados pelo meu saudoso pai; do pão nosso de cada dia das padarias Modelo e Frankfort, das Mangas Rosa e dos curativos feitos na Beneficente; da trágica morte do meu coleguinha Rofe, na esquina da Huascar de Figueiredo com a Joaquim Nabuco; das caixas (de pinho) de bacalhau, utilizados nos tampos do violões e, dos ranchos fiado feitos na Renascença, naquele tempo era muito comum usar uma “Caderneta de Crédito”; da loja onde comprava as minhas moedas antigas; dos ranchos que a vovó pegava lá na LBA; dos ônibus de madeira que circulavam por lá, das matinês no Cine Popular, apelidado de Cine Poeira, enfim, tenho muitas lembranças da Avenida Joaquim Nabuco.

Ainda resistem no tempo a Casa Bolo Confeitado, Ferro de Engomar, Cine Popular, Colégio Barão do Rio Branco (onde fui alfabetizado), Colégio Nilo Peçanha, Colégio Santa Doroteia, Hospital Beneficente Portuguesa, Legião Brasileira de Assistência (atual Tribunal de Contas de União), Padaria Modelo, Canto do Quintela, Hotel Sombra; Arquidiocese de Manaus; Residência do Sr. J. Cruz, fundador do Guaraná Magistral; a Residência do saudoso Anísio Mello; a Fábrica de Velas (virou um a loja de material de construção); O Prédio da Búfalo; Hospital da Criança e, muitos casarões, apesar das descaracterizações das fachadas.

Esta avenida, outrora, uma beleza, está, atualmente, com uma boa parte descaracterizada, com alguns prédios abandonados e, uma parte dela, ainda prolifera a prostituição, motéis e drogas, apesar disto, o comércio ainda é intenso, principalmente na área de refrigeração, construção civil e material elétrico; existem muitos colégios e faculdades; clínicas médicas, drogarias e hospitais; muitas famílias ainda moram em toda a sua extensão.

Vamos torcer para que os proprietários dos imóveis e o Poder Público façam um trabalho de revitalização em toda aquela artéria, ainda é possível recuperar muito coisa.

Nunca será tarde para restaurar! As famílias devem também recuperar a sua autoestima e, voltarem a amar e a morar no centro antigo de Manaus!

Espero um dia olhar,
a nossa Avenida Joaquim Nabuco,
voltando a brilhar!

É isso ai!

Fotos/Colagem: J. Martins Rocha (foram tiradas domingo, na maior tranquilidade, pois de segunda a sexta-feira é uma loucura aquela Avenida).

Um comentário:

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