quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A MAÇONARIA



Assisti domingo passado ao programa televisivo “Fantástico”, da Rede Globo, a matéria que mais me chamou a atenção, foi a entrevista do repórter Jorge Pontual, com o famoso escritor Dan Brow, pai do megasucesso “O Código Da Vinci” e do novo sucesso “O Símbolo Perdido” – fiquei atento, exatamente por estar lendo o livro “A Maçonaria e A Grandeza do Brasil”, do escritor maçom A. Tenório D´Alburquerque - este livro foi comprado no Sebo Alienista, na Praça Heliodoro Balbi, centro antigo de Manaus.


Não sou “mazombo”, em decorrência das qualidades requeridas para o ingresso serem muitos rígidos: Amor ou Sabedoria X Vontade X Inteligência = Triângulo Isósceles (em busca da perfeição), porém este livro deve ser lido por todos os considerados não iniciados, para entenderem a verdadeira história do Brasil, especificamente os meandros da inconfidência mineira, nossa independência de Portugal, a libertação dos escravos e a proclamação da república.


O autor cita o livro “Os Templários”, do Adelino de Figueiredo Lima, sobre a iniciação dos iluminados na França, antes da Revolução Francesa, em 1799 – vejamos, pois, como se processou a primeira iniciação nesse grau em França (paginas 108 e 109):

O “Iluminado maior” entrou no “Synhedrio” por uma porta secreta, e viu-se de repente cercado pelos “cavaleiros escoceses” armados de espada e punhais. Envoltos em balandraus vermelhos e com máscara verde a ocultar-lhes o rosto, o recipiendário não pode identificar ninguém. Um dos cavaleiros que formava em sua volta dirigiu-lhe as saudações do “Synhedrio”. “Nós te saudamos em nome da Pátria e da Humanidade. A tua vinda ao nosso meio significa que está disposto a dar o teu sangue pela causa da redenção da França. Significa que o teu braço se levantará ao nosso primeiro sinal para vingar as vítimas da opressão. Somos pouco aqui, mas somos incontáveis lá fora. Há legiões imensas a nós ligadas por laços indissolúveis, mas o nosso dever é ocultá-las para a missão libertadora em que nos vamos empenhar. A Lealdade na vitória obriga-nos a prevenir-te de que embora tenhamos confiança na vitória não consideramos impossível uma derrota. O inimigo é muito forte e dispõe de alianças poderosíssimas. Em todas as lutas há sempre alternativas de glória e de martírio. Mas o martírio, quando em holocausto à liberdade, é também uma coroa de glória. Aceitas enfrentar com destemor as contingências do destino? Aceitas. A nossa sociedade congratula-se contigo e pede-te por meu intermédio que prestes o seguinte juramento: Prometo obediência cega às ordens que receber dos altos chefes invisíveis da Ordem. Esforçar-me-ei na propaganda dos nossos propósitos e na defesa dos nossos princípios, mostrando-me sempre pronto a combater a tirania, de olhos postos na França imortal, e de alma aberta a todos os sofrimentos humanos. Hipoteco o meu sangue à causa da Liberdade e jamais recuarei na estrada do dever ou me tornarei escravo da opressão. Reafirmo a minha decisão inabalável de combater o despotismo e de contribuir na medida das minhas forças para a destruição do regime de castas e privilégios que tornam a França infeliz e humilham a consciência nacional. A minha vida pertencerá desta hora em diante, menos a mim que a nossa sociedade”. Seguia-se depois a “consagração” do nosso “cavaleiro escocês” que, de joelhos, recebia a senha correspondente à “palavra sagrada” dos maçons. “Levanta-te e ouve esta recomendação final: Nunca mais dobres o teu joelho diante de homem algum. Todos os homens são iguais por mais alta que seja a posição em que se encontrem. Por último, vinha um interrogatório que permitia conhecer as idéias do nosso cavalheiro: “O estado atual dos povos corresponde aos fins para que o homem fosse posto na Terra? As sociedades civis e as religiões atingem os fins para que foram organizadas? É possível o aperfeiçoamento moral da Humanidade? A fraternidade entre todos os homens da superfície da terra não está implicitamente incluída nas doutrinas do Cristianismo?”. É indubitável, pois que todos juravam verter o sangue pela causa Santa da Humanidade sofredora. O sangue, a sua cor, foi, pois, a idéia da Revolução Francesa e refletiu-se em sua bandeira.

A recomendação final e o interrogatório, contidos no texto acima, servem até aos dias atuais, como forma de reflexão sobre a nossa atuação perante as pessoas, o meio ambiente, as instituições, enfim, sobre a humanidade e o planeta Terra. É isso.

Um comentário:

George de Oliveira disse...

Gostei muito do texto! Parabéns, de fato a recomendação é válida até os dias de hoje, ou ainda mais nos dias de hoje, onde adotou-se por coerção a política de que "ninguém respeita ninguém", ou que "alguns animais são mais iguais do que os outros", como dizia Orwell, atrelado ao fato daqueles que muito têm, acharem que podem pisar em cima dos que têm muito pouco, ou quase nada!