segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A JUTA


A juta (Corchorus Capisulares) é originária da índia e Bangladesh, foi introduzida no Brasil em 1930, através de uma missão japonesa, chefiada por Tsukasa Oyetsuka, o local escolhido foi a Vila Amazônia, no município de Parintins, Amazonas. A juta é um arbusto com cerca de três metros de altura, do seu caule obtêm-se uma fibra têxtil, utilizado na fabricação de diversos produtos biodegradáveis – é considerada a fibra do futuro.

As sementes somente vingaram em 1930, através do colono Riota Oyama – conhecido como o pai da Juta; fiz uma postagem sobre este cidadão “O pequeno grande herói”. A produção estava de “vento em popa”, quando surgiu a segunda grande guerra mundial, as hostilidades foram muito grandes com os japoneses, pois o Brasil cortou as relações diplomáticas com o Japão. O Exército Brasileiro partiu para prender os japoneses, a Cia Industrial Amazonense foi desapropriada e leiloada e, adquirida pelo mega empresário português J. G. Araújo. Estive na Vila Amazônia em 1998, com um grupo de japoneses, não encontramos praticamente nada que lembre a colonização japonesa, tudo foi destruído e descaracterizado.



A produção de juta entrou em declínio, em decorrência da substituição das embalagens de café, bem como, pela Índia e Bangladesh tornarem os maiores produtores mundiais e por receberem subsídios na ordem de 35%, tornado a produção brasileira antieconômica. A Fabril Juta, de Parintins, foi fechada em 1967, deixando sem renda os trabalhadores e produtores que sobreviviam da juta.

Segundo os especialistas, a juta tem um papel fundamental para manter o homem no campo, promovendo emprego e renda para os jovens e adultos ribeirinhos da Amazônia, além de contribuir enormemente para o meio ambiente, pois o seu cultivo não exige nenhum defensivo agrícola ou queimadas das florestas, aproveitando somente o húmus depositado nos rios.

Um saco de plástico fica mais de 100 anos para decompor, por outro lado, o saco de juta é biodegradável, além de ser utilizadas pelos artesãos na confecção de bolsas, telas, carteiras, chapéus, embalagens de bombons, etc. Imaginem se a população mundial começar a boicotar as embalagens plásticas, com certeza, a juta voltará a brilhar, aliás, já existe uma crescente demanda por embalagens ecologicamente corretas.

O governo do Estado do Amazonas e a Superintendência da Zona Franca de Manaus, estão apostando nesta tendência, inclusive estão investindo pesado para tornar o Brasil autosuficente na produção de fibras de juta e malva – serão necessárias vinte mil toneladas, sendo 12 mil toneladas provenientes de Manacapuru, no Amazonas.

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