terça-feira, 19 de janeiro de 2010

BAIRRO PRAÇA 14 DE JANEIRO - MANAUS


A Praça 14 de Janeiro é um importante bairro da zona sul de Manaus, comemorou este ano os seus 118 anos de existência; o nome é em decorrência de uma revolução popular, contra o atraso no pagamento do funcionalismo público e fornecedores, bem como, pela falta de assistência social aos habitantes; o alvo foi o governo de Gregório Thaumaturgo de Azevedo, em 14 de janeiro de 1892.


O movimento foi liderado por Almino Álvares Afonso, Lima Bacuri e Leonardo Malcher; o governo renunciou, assumindo o Eduardo Ribeiro. O local era chamado de Praça da Conciliação, depois passou a se chamar Praça Fernandes Pimenta e, no mesmo ano passou ao nome atual. No ano de 1940, a colônia portuguesa solicitou à Câmara Municipal de Manaus a troca do nome do lugar para Praça Portugal, mas a solicitação não foi aceita pelos vereadores a pedido dos habitantes da comunidade.

O bairro é muito rico em cultura: Ciranda da Visconde (Rua Visconde de Porto Alegre), Tribo dos Andiras (Rua Jonathas Pedrosa), Dança do Tipiti (Colégio 1º. De Maio), Boi Caprichoso (criado por dois irmãos, um dele desceu o Rio Amazonas, parando em Parintins onde criou o Caprichoso de lá) e a Escola de Samba Mista da Praça 14, fundada em 1947, por Raimundo Brito, Fernando Medeiros, Tia Lindoca, Tia Lurdinha e Zé Ruindade. Encontramos no bairro muitas rezadeiras e parteiras, além de muitos devotos da Nossa Senhora de Fátima.

Segundo o Khermerson Macedo, do Núcleo de Cultura Política do Amazonas – NCPAN - “Donos de uma tradição incomparável no samba, passando pelos folguedos populares como o bumba-meu-boi, pastorinhas e outros, além dos festejos à São Benedito, a Praça 14 de Janeiro tem, em sua essência, inúmeras manifestações representativas da cultura afro-brasileira. Descendentes de ex-escravos vindos do Maranhão, estas pessoas guardam em suas expressões e gestos típicos uma história de lutas e de tradições que se reinventam continuamente em coletividade, passando de geração à geração o compromisso de levar em frente os costumes e crenças da comunidade, sempre vivos nas memórias dos mais velhos.Neste bairro, onde os homens são chamados de mestres pela sua importância e as mulheres são carinhosamente saudadas como tias por aqueles que visitam e/ou moram na Praça 14”.

Em 1º. de dezembro de 1975 foi fundada o Grêmio Recreativo Escola de Samba Vitória Régia, na Rua Emilio Moreira, no. 1192, no endereço da Raimunda Dolores Gonçalves (Tia Lindoca), juntamente com Nedson Pires de Medeiros (Neném), Roberto Cambola e Darcy Sérgio de Souza (Barriga) assinaram a ata de fundação da Escola de Samba, adotaram as cores verde e rosa, tendo com madrinha a Estação Primeira de Mangueira, do Rio de Janeiro.

Não é à toa que chamamos a Praça 14 de Janeiro, de “O Berço do Samba e de Revolta Populares” – onde o batuqueiro bate forte de janeiro a janeiro, como diz o refrão de um de seus mais conhecidos sambas de concentração.

Fonte: NCPAM/Jornal do Comércio/Portalamazonia.

Um comentário:

Anônimo disse...

òtima história. Dá um samba enredo e tanto, do ponto de vista político e cultural.