quarta-feira, 25 de novembro de 2009

PARQUE AMAZONENSE



Foi construído em 1906, no governo do coronel Antônio Constantino Nery - o prefeito era o coronel Adolpho Lisboa; foi concedida a autorização para a construção de um Hipódromo, este foi instalado e funcionou normalmente até o ano de 1912, em decorrência da derrocada da borracha. Ficava numa vasta área do bairro da antiga Vila Municipal (Adrianópolis), com a entrada pela Rua Belém. Partes dessas terras foram invadidas pelos “soldados da borracha”, surgindo o Beco do Macedo (em homenagem ao Sr. Alfredo Macedo, uns dos primeiros moradores do local). O Dispensário Maçônico recebeu o antigo Hipódromo, por doação, fizeram um estádio, voltando a funcionar em 1918, as corridas ocorrem até 1930, onde a nata da sociedade manauara se aglomera na arquibancada, onde havia um local para dança, camarotes e pontos reservados para as apostas das corridas. Chique, não?



Em 1946, o Parque foi arrendado à Federação Amazonense de Desportos Atléticos (FADA), então sob a direção do Dr. Menandro Tapajós, presidente; Walter Rayol, vice; Mansueto Queirós, secretário; tenente Waldir Martins, tesoureiro e Antônio Dias dos Santos, adjunto. Na época era Interventor Federal, o Dr. Júlio da Silva Nery, que auxiliou financeiramente a entidade dos desportos, e esta, com a ajuda do comércio, mandou murar todo o estádio, construindo as gerais de concreto, tendo estas recebido o nome de Júlio Nery.


O América futebol Clube, dos irmãos Teixeira (Artur e Amadeu), tornou-se arrendatário do Parque a partir da década de 60 e assim ficou até pouco depois da inauguração do estádio Vivaldo Lima. Pagava mensalmente certa importância à Maçonaria pela locação do imóvel, mas, com a abertura do novo estádio, os jogos foram saindo do Parque e, sem poder cumprir seus compromissos por falta de recursos, o jeito foi entregá-lo ao legítimo proprietário.

Na administração do América, quando Flaviano Limongi estava à frente da FAF, fundada em 1966, o Parque recebeu vários melhoramentos, visando a dar maior comodidade ao torcedor. A entidade custeou a construção de duas pequenas gerais de madeira atrás das metas, aumentando um pouco mais o espaço para os torcedores. Renovou por completo a velha arquibancada, também aumentando a sua capacidade.

O Parque foi vendido em 1976, a uma firma da Zona Franca de Manaus, a Florida, do comerciante Francisco (Dinor) Castelo Branco que alguns anos depois a repassou uma empresa de construção; ocorreu que a idéia inicial era a de construir um conjunto habitacional no local, logo que o novo proprietário tomou posse do imóvel, de imediato foi demolida a arquibancada de estrutura de ferro, coberta com telhas de barro de fabricação portuguesa e a geral de cimento, cujo material foi todo amontoado no campo de jogo.


O último jogo disputado oficialmente no campo do Parque valeu pelo campeonato de profissionais, no dia 8 de julho de 1973. Nesse dia o torcedor jamais acreditaria que Rio Negro e Rodoviária estivessem fechando os portões de ferro do velho campo da então Rua Belém, também chamado de campo da linha circular, por ser aquela artéria um dos itinerários dos bondes de duas lanças que faziam a linha Circular-Cachoeirinha. O Rio Negro venceu por 3 a 1  -
RIO NEGRO : Clóvis, Pedro Hamiltom, Casemiro, Biluca e Nonato, Denilson e Jorge Cuíca; Rolinha (Orange), Osmar (Almir), Zé Cláudio e Sardo.
 RODOVIÁRIA: Iane, Mesquita, Joaquim, Valter Costa e Téo; Tadeu (Jarlito) e Sudaco; Zezé (Laércio),Wiison Lopes, Roberto e Julião.


A renda foi de Cr$ 21.286,00, para um público pagante de 4.459. Zé Cláudio, do Rio Negro e Julião, da Rodoviária, foram os últimos jogadores profissionais expulsos no campo do Parque Amazonense.


Tenho saudades do Parque Amazonense, frequentei poucos anos antes do seu fechamento; gostava de assistir aos jogos do meu Fast Club, era fã de carteirinha dos irmãos Piola; costumava subir nas mangueiras para ter uma visão do campo, quando não tinha dinheiro para pagar a entrada (na maioria das vezes); quando o meu pai me dava alguma grana, fazia questão de pagar a minha entrada e saborear um famoso sanduíche vendido no local (disco voador); acabaram com o Parque Amazonense, a Colina (Esmael Benigno) será implodido e construído outro estádio, sem falar no Tartarugão (Vivaldo Lima), será também implodido para a construção de um mega estádio para a Copa de 2014. É isso aí.

FONTE: Site do Jornal “A Crítica”, de Manaus - AM

Um comentário:

Flávia Reis disse...

É mesmo o máximo!
Estou de olho neste parque, mesmo daqui de longe.