quarta-feira, 1 de abril de 2009

SALIM GONÇALVES


Fui buscar no fundo do baú da minha memória, para relembrar, o que ainda estava bem guardado, sobre o que vivenciei e, curtir das interpretações musicais, nos sábados à noite, do grande cantor e compositor Salim Gonçalves - conhecido por alguns como o "Seresteiro do Rádio”.

Na minha infância, quando ainda não existiam a internet, intranet, tv a cabo, celular, notebook, palm’s da vida, games e todo o resto do lixo tecnológico atual, as emissoras de rádio detinham toda uma supremacia nos meios de comunicações, resumidas em Manaus nas ondas médias e tropicais, conhecidas nas décadas de 60 e 70 como Rádio Difusora, Baré e Rio-Mar; imperava o “gogó de ouro” das divas “Celestina, Kátia Maria, Idezinha Toscano” e, do grande Salim Gonçalves!

O Salim cantava na Rádio Difusora, sempre após a tradicional “Oração das Seis Horas”, do eterno e saudoso guerreiro Josué Pai; detonava a voz, acompanhado do Moisés do Violino e do Simões do Violão (famoso pelas as suas unhas de gavião).

O meu velho pai tinha um rádio à válvulas, demorava uma eternidade para esquentar e sintonizar a Rádio Difusora! Toda a nossa família ficava reunida na sala de estar, para ouvir o seresteiro celebrar em poesia os clássicos Granada, Mujer, Noche de Ronda, Solamente uma Vez, Farolito, El reloj, La Barca, Besame Mucho e Vereda Tropical.

Lembro do Salim, andando pela Rua Henrique Martins, no Canto do Fuxico, vestido com aquela calça de linho, camisa a La Falcão e bolsa de prestamista.

Chegou a gravar um Long Play (vinil) e vários CD’s ; fez muitos sucessos na nossa terra de Ajuricaba. Não sei se ainda canta, não tive mais notícias do Seresteiro do Amazonas, mas a sua voz continua nas ondas do rádio da minha memória!